Por que Bauru?

Há de se notar pelo histórico dos Encontros Nacionais que a grande maioria deles aconteceu em grandes centros urbanos, cidades históricas, ou capitais. Com exceção da cidade de Uberlândia, que veio a concorrer com o Encontro Latino Americano em 2010 na cidade de Brasília, todos os outros aconteceram em localidades de grande destaque no cenário nacional.
Pela primeira vez uma cidade de porte médio, no interior do Estado e com menos de 500 mil habitantes foi escolhida para sediar um Encontro Nacional de Arquitetura e Urbanismo.
Tal fato sugere um foco de discussão interessante do ponto de vista urbanístico, considerando que grande parte das cidades médias tem se revelado grandes centros de investimento e atração de negócios e pessoas. A primeira década de 2000 indica uma mão oposta aos grandes centros, demonstrando que o Brasil vem superando uma deficiência histórica de concentração de renda nos grandes centros. 

Hoje, um em cada quatro brasileiros reside em uma cidade média, que correspondem a um total de 28% da Economia Nacional. O crescimento do PIB no setor industrial, de serviços e Per Capita supera o das cidades Grandes.
No entanto, esse processo de descentralização e avanço da economia ao interior do Estado não se reflete somente em números. O planejamento dessa expansão também é alvo de investimentos e discussões que, nos últimos anos, dirigem o foco do estudo urbano e seus instrumentos para essas cidades.  Nestas terras é que a possibilidade de aplicação dos estudos relacionados ao profissional arquiteto e urbanista de criar um ambiente através do planejamento urbano que corresponda ao crescimento dessas cidades, orientando o uso e ocupação do solo, pensando a maneira com que o cidadão terá acesso ao transporte, a que regiões da cidade as estruturas mínimas de equipamentos urbanos ainda não são suficientes.
São grandes laboratórios de projeto, onde a possibilidade de aplicação de novos conceitos e estudos é possível, e ainda tendo como base a experiência anterior das grandes cidades, que em muito já falharam. Vale lembrar que o ano de 2011 ainda celebra uma década do Estatuto da Cidade, instrumento máximo de ordenamento e planejamento do território.
Bauru destaca-se primeiramente no cenário Regional por sua condição histórica de pólo. Dos tempos das linhas férreas e o entroncamento que gerou o primeiro avanço urbano, até os tempos atuais, servindo de centro atrativo de serviços dos mais variados, como saúde, educação, mercado de trabalho e outros. Além, o fator geográfico influi muito para essa condição, localizando-se em ponto central do Estado.
Em um âmbito Nacional, Bauru toma para si a condição de cidade expoente do interior do estado mais desenvolvido do país. Assim, um ícone para qualquer discussão que envolva o planejamento dessas cidades e o desenvolvimento urbano: o estado mais urbanizado, e a cidade média de maior destaque.
Do ponto de vista estrutural, essas são as características que levam Bauru a merecer destaque no cenário Nacional, atraindo estudantes e profissionais da área da arquitetura e do planejamento urbano.

O que resta agora é mostrar através de um Encontro Nacional de Estudantes de Arquitetura e Urbanismo, que todo esse processo de crescimento urbano por que passa o interior do Estado, também é foco de discussões do planejamento. Demonstrar que esse processo de descentralização gera estrutura para as cidades do interior que em nada se difere dos grandes centros, quanto a capacidade de atender aos moradores e visitantes, quanto a capacidade de promover eventos que até então se restringiam as capitais, metrópoles, e grandes centros.
É o momento para que não só Bauru, mas todas aquelas cidades que ficaram às sombras dos grandes centros se destaquem no cenário Nacional. Interiorize!